28/12/2016 16h28 - Atualizado em 28/12/2016 16h28

 

“E ninguém põe vinho novo em vasilhas de couro velhas; se o fizer, o vinho rebentará as vasilhas, e tanto o vinho quanto as vasilhas se estragarão. Pelo contrário, põe-se vinho novo em vasilhas de couro novas.” Marcos 2:22, NVI.

“Avivamento é uma série de novos começos.” David McKee

A Bíblia nos fala de um novo Reino, novo coração, novo céu e terra, novas vestes, novo nome, nova vida. Essas figuras bíblicas nos enchem de espanto e expectativa, simultaneamente. A vida com Jesus é cheia de novidades. Que maravilha! Vivemos um novo tempo como igreja também. 2016 deve ser considerado como um ano de rupturas, mudanças, avanços e adaptações do ponto de vista pessoal e comunitário. Você tem medo de mudanças?

As mudanças, geralmente, nos transportam para fora da nossa zona de conforto. Tudo aquilo que mexe com a nossa cosmovisão é sentido, muitas vezes, como ameaça às ideias que nos fornecem segurança. Temos medo do que é novo. Os cristãos que participaram do momento da Reforma Protestante do séc. XVI e aqueles que vivenciaram o movimento da igreja em células também tiveram medo, porém foram surpreendidos por um avivamento, vinho novo sobre a Igreja. Desejamos que 2016 seja marcado como um ano de mudanças, novidades e muito avanço espiritual para nossa comunidade.

O que Jesus está tratando no texto de Marcos 2:22? Primeiramente, entendamos o que Jesus diz aqui. Antigamente o vinho era armazenado num odre. Uma espécie de adaptação em couro de animal para preservar o vinho. Se o vinho novo era derramado sobre o odre novo, ambos envelheciam juntos e o odre não rachava. Se o vinho fosse posto num odre já velho, perdia-se o precioso líquido porque o odre não suportava a reação química da fermentação do vinho e rompia. Ora, o que Jesus quis dizer? Jesus não coloca o vinho novo do evangelho na religião judaica. Para que as pessoas entendessem a mensagem do Reino de Deus, teriam de abrir mão dos seus paradigmas religiosos.

Jesus morre fora dos muros, prega fora da cidade de Jerusalém (epicentro da religião), ressuscita além das paredes da religiosidade e envia sua igreja para transpassar as barreiras étnicas, geográficas, culturais e ideológicas da religiosidade. Aliás, o Evangelho de Marcos enfatiza esse dinamismo do ministério de Jesus fora das estruturas do judaísmo tradicional. Aprendemos com ele que o novo de Deus, ou seja, o vinho, deve ser derramado em uma nova estrutura, ou seja, o odre. O novo com Jesus não cabe dentro do velho. Os religiosos não queriam mudanças nas estruturas. Tudo estava confortável para eles. Por isso Jesus foi severamente criticado pelos fariseus. Corremos o risco de cometer o mesmo erro. Assim como os religiosos fariseus, às vezes, a preocupação de hoje se dá mais com a forma do que com o conteúdo do Evangelho.

Tal como nos preocupamos com o rótulo das embalagens, a capa do livro, a aparência das pessoas, a casca das coisas, o formato da liturgia, a performance dos cultos, enfim, olhamos para o supérfluo e priorizamos o odre em detrimento do vinho. Entretanto, o odre novo é elástico, flexível, adaptável e dinâmico. Não é estático e seco como o odre velho. O odre pode ser a maneira como compreendemos a igreja, a fé, a espiritualidade e até a denominação como IPIB. Deus quer renovar o odre para derramar vinho novo sobre nós. Você entende isso? Quais mudanças você precisa fazer em sua vida para receber vinho novo de Deus? Há algum preconceito, paradigma religioso, hábitos ou manias que Deus deseja mudar em você, família ou comunidade? Somente assim, o novo de Deus será derramado. Com disposição para mudar!

O mundo mudou mais nos últimos 40 anos do que nos últimos 400 – a igreja não acompanhou esse processo. De 25 anos atrás até hoje fomos surpreendidos pela internet, celulares e uma série de novidades tecnológicas que modificou o comportamento da sociedade. Mas as estratégias da igreja continuaram as mesmas. O odre tem que mudar para receber vinho novo. Não podemos pensar na mesma forma de culto, no mesmo formato de trabalho, na mesma linguagem, enfim, nas mesmas estratégias para alcançar as pessoas que vivem numa cultura tão dinâmica. Timothy Keller, no seu livro Igreja Centrada, por exemplo, diz: “[...] o culto semanal pode ser muito produtivo na evangelização de cristãos, se for centrado no evangelho e conduzido numa linguagem compreensível”. Temos um projeto de revitalização do culto da IPI de Tupã em andamento e algumas mudanças nas estruturas serão necessárias para o avanço espiritual da igreja. Contamos com as suas orações para que essas mudanças contribuam para o progresso espiritual dos crentes e alcance dos não cristãos. Que 2016 seja um ano de mudanças em sua vida, família e igreja! Feliz ano novo e vida nova!