28/06/2021 14h22 - Atualizado em 28/06/2021 14h22

É bem difícil identificar previamente os agressores ou abusadores sexuais antes que façam algum estrago na vida de alguém. Mesmo porque, se os identificássemos com antecedência, poderíamos impedi-los de agir. Entretanto, devemos considerar alguns fatos.

Estudos neste campo têm demonstrado que as vítimas dos agressores/abusadores são, em sua maioria, meninas adolescentes. A quantidade menor de casos semelhantes envolvendo meninos podem ser indicativos do constrangimento da própria família que, em alguns casos, prefere “abafar” a situação para não prejudicar o “status masculino” do garoto.
As pesquisas também indicam que o perfil dos criminosos está mudando e é mais jovem. Ou seja, adolescentes e jovens adultos estão entre os que mais praticam o abuso/agressão.

Um dado estarrecedor, contudo, se mantém. É o fato de que o abusador está bem perto da vítima e sua família, com acesso direto e facilitado às nossas crianças e adolescentes, fazendo com que as violências ocorram em sua maioria em ambiente domiciliar (na casa da criança, cerca de 40%. Na casa do agressor em cerca de 35%. Cerca de 21% ocorreram em locais como cafezal, mato, terreiro, campo de futebol, casa abandonada, casa em construção, escola/creche e até motel). Em quase 33% o uso de álcool e/ou drogas foram relatados.
Cuidado com quem e onde você deixa sua criança/adolescente ao precisar se ausentar para algum compromisso. Principalmente se neste lugar onde a deixará, a criança tiver que permanecer por muito tempo a sós com adolescentes mais velhos ou jovens adultos.

Não está escrito na testa de ninguém se a pessoa está transmitindo COVID e por isso tomamos cuidados especiais. Da mesma forma, o abusador não usa um crachá com foto, pendurado e escrito “tarado”. Desconfiar, neste caso, pode salvar o presente e o futuro dos nossos pequenos.

Jesus Ross