05/11/2021 22h14
- Atualizado em 05/11/2021 22h14
“Não importam os motivos da guerra/A paz ainda é mais importante que eles”. Esta bela frase faz parte da canção “Todos estão surdos”, feita em 1971 por Roberto e Erasmo Carlos.
No último dia 31 de outubro grande parte da cristandade celebrou os 504 anos da Reforma Protestante, ocorrida na Idade Média. Foi uma época de exagerada intolerância. O que mais choca nos registros históricos é que quem falasse algo diferente do pensamento dominante era perseguido e condenado, e, em algumas vezes, a pena era ser queimado em praça pública para servir de exemplo aos demais “atrevidos” que ousassem discordar.
Estamos vivendo uma época bem parecida, guardando-se as devidas proporções. Nos nossos tempos, quem discorda do pensamento dominante também é linchado em praça pública. Não com fogueira física, aquela com chamas que consomem tudo até às cinzas. Os instrumentos de morte hoje são mais sofisticados e mais cruéis. Quem discorda hoje é “cancelado”, é banido das redes sociais não sem antes ser execrado e violentamente combatido. E tudo isso por quê? Porque se atreveu a discordar, por cometer o crime de ter “ideias” diferentes e, por pensar diferente, foi condenado pelos verdugos que pensam estar defendendo a verdade (verdade deles, pois cada um tem a sua verdade).
Nestes devaneios as pessoas estão se matando e se morrendo pelo fato de que uns preferem répteis e outros anfíbios (entendedores entenderão). Oras, o que cada um faz com seus bichinhos de estimação é problema de cada um. Não deve ser razão para querer odiar quem aprecia diferente.
O problema está no coração cheio de ódio. Quem quer brigar encontrará motivo até na expressão de um “bom dia”, devolvendo com raiva a pergunta: “bom dia por quê? ”.
Bem antes de Roberto e Erasmo o autor do livro de Provérbios já havia afirmado que “Há fraude no coração dos que maquinam mal, mas alegria têm os que aconselham a paz” (Provérbios 12,20).
Cuidado. Não seja vítima das novas inquisições. Cuidado. Não queira ser um novo inquisidor.